The Chant traz uma aventura espiritual e novidades nos gêneros sobrevivência com terror
Jogar “The Chant” me proporcionou momentos muito interessantes, ele nos traz aquela sensação similar a jogar um “Silent Hill” ou “The Evil Within”, com uma proposta nova para o gênero e com mecânicas diferentes, mas que poderiam ser pouco mais elaboradas e trabalhadas. Vamos, então, conversar sobre esses tópicos.
Em “The Chant”, somos apresentados a Jess, nossa protagonista que temos muito pouca informação no começo: sabemos apenas que ela está lidando com muitos traumas, fobias de moscas e que se juntou a uma amiga nessa ilha isolada para um retiro espiritual.
A proposta me chamou atenção, apesar de pouco aprofundado. Digo isso, pois o jogo rapidamente nos joga para a ação sem dar tempo de conhecer mais sobre a própria Jess e os outros personagens da trama. Mesmo tentando trazer isso durante a jogatina, para mim, tirou um pouco do peso das consequências das ações, já que eu não tinha apego a nenhum desses personagens.
Muitas partes da história são contadas em textos espalhados pela ilha, o que é algo bacana, mas nem todo mundo vai ter paciência para lê-los. Outros jogos já fizeram isso, mas são lidos apenas por cima e deixados de lado, preferia um pouco mais de história sendo contada durante o jogo de alguma outra forma.
É um pouco difícil comentar sobre a história sem entregar partes do enredo. Mas revelando o menos possível: os personagens mexem com algumas plantas da ilha, fazem seus rituais e começam a alucinar, nos deixando curiosos se o que estamos vendo acontecer é real mesmo ou algum surto coletivo. Isso é algo positivo do enredo, pois prende o jogador do começo até o fim querendo descobrir o que na realidade acontece.
Só que infelizmente as escolhas que o jogo te dão pouco influenciam na história, apenas alguns diálogos aqui ou ali mudam, mas os resultados são os mesmo, influenciando somente no final do jogo.
Jogabilidade simples e tempo de jogo curto, mas a falta de peso para escolhas nos tira o valor replay
“The Chant” é um jogo curto, tanto que na minha primeira impressão, pensei que seria uma aventura estilo “Until Dawn” ou “Man of Medan”, que são jogos mais puxados para filme interativo que possuem esse tempo de jogo. Consegui finalizar o jogo na dificuldade normal em cerca de quatro horas. Para mim, acredito ser um tempo bom para o estilo de jogo que somos apresentados, afinal por ter um combate super simples e muito vai e volta de um ponto ao outro da ilha, tornaria a aventura muito cansativa em um longo período de tempo.
A ilha é bem linear até e a velocidade de movimento da Jess é um pouco devagar para meu gosto, preferiria liberdade para conhecer a ilha um pouco mais.
Diferente de outros jogos com temáticas de sobrevivência, aqui não utilizamos armas de fogo ou armas brancas. Usamos combinações de plantas, como incenso para afastar as criaturas, tochas, sal entre outros objetos naturais. Isso é um excelente diferencial para o gênero e podemos combinar materiais e criar novos itens a qualquer momento, afinal, suas armas se desgastam durante o combate.
Os inimigos têm aparências e formas bem únicos e interessantes e cada área possui seu próprio tipo de oponente, muitas das lutas podem ser evitadas se preferir, para não desgastar sua vida e seus recursos.
Além disso, Jess possui cristais que te dão novas habilidades, o que serve de incentivo ao jogador avançar e pegar mais desses poderes. O jogo não te ensina bem com usá-los e como funcionam, apenas exibe uma breve descrição em uma tela, então na primeira jogatina podemos acabar esquecendo ou deixando essas habilidades de lado.
O jogo nos apresenta também 3 barras para gerenciamento da personagem: temos a nossa Sanidade, que devemos manter em alta para evitar ataques de pânico, deixando Jess impossibilitada de realizar algumas ações; o corpo, que é a nossa saúde e se zerar a personagem morrerá; e a barra de espírito, que utilizamos para os poderes dos cristais e também para converter em meditação, que restaurará parte da Sanidade. Não é um gerenciamento complicado, é bem trabalhado e funciona bem.
Streamers vão conseguir agradar o público sem muita dificuldade, se sua máquina aguentar
“The Chant” é um jogo ótimo para se trazer em transmissão ao vivo, pois tem um tempo de jogo bom, dá para se divertir com seu público, descobrindo os mistérios da ilha e tomando alguns sustos aqui ou ali.
O jogo também possui legendas em PT-BR, facilitando o seu entendimento para o jogador e seu público, contudo, não possui dublagem em nosso idioma.
O maior problema vem do fato do jogo não ser muito bem otimizado, sendo um problema se sua máquina não tem uma certa potência. Isso pode atrapalhar streamers menores que não costumam ter máquinas tão potentes.
Minha máquina não é muito potente, mas consegui transmitir jogos visualmente mais bonitos e pesados em live, enquanto o “The Chant” me deu muitos problemas, mesmo na configuração mais baixa. Fora de live, o jogo rodou suave na configuração “Alta”, mantendo mais de 60 FPS. Então, fica o aviso para quem não possui uma máquina mais robusta.
No geral, “The Chant” nos traz uma aventura divertida enquanto dura, o combate é simples, mas nos ajuda a não ter uma sensação de impotência quando cercados por inimigos. O começo é acelerado e nos tira a chance de conhecer melhor os personagens e suas escolhas para influenciarem o rumo da história. Nesse ponto, muito do peso do que o jogo pode oferecer foi tirado, afinal é um jogo curtíssimo e ter mais variedade na história ajudaria no seu replay que é super baixo, não possuindo nem mesmo um New Game +, especialmente pelo seu preço.
The Chant
Summary
The Chant” nos traz uma aventura divertida enquanto dura, o combate é simples, mas nos ajuda a não ter uma sensação de impotência quando cercados por inimigos.
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