Skelethrone: As Crônicas de Ericona É um Diamante Bruto

Estamos definitivamente navegando na era do subgênero Souls-like. É um estilo de jogabilidade que cativou muitos fãs pelo mundo todo e que desde Dark Souls popularizou o subgênero, temos uma vasta gama de jogos para serem apreciados. Skelethrone: The Chronicles of Ericona aparece no meio de tantos lançamentos com ideias que não são novidades, mas com uma história e um estilo de arte que pode interessar jogadores e espectadores.



Sobreviva Em um Reino Destruído

Skelethrone não é um dos jogos mais originais em sua premissa, onde logo no início já vemos onde ele se inspirou para começar sua história. Mas mesmo que tudo pareça muito parecido, existe uma dedicação em entregar um mapa recheado de coisas para fazer e coletar.

Visuais Não Convencionais de Skelethrone: Chronicles of Eronica

Visualmente o jogo é um tanto esquisito, principalmente se for jogar em uma TV, aqui o estilo de arte escolhido fica um tanto estranho e pode incomodar alguns, mas preciso dizer que há áreas do jogo em que o estilo encaixou muito bem. É importante também citar o efeito de parallax nos ambientes para dar uma sensação de profundidade, que funciona em períodos de exploração, mas em combate se mostrou um pouco inconveniente pois em alguns cenários acaba virando uma bagunça.



Eu não sei se de repente o desenvolvedor tentou dar uma estética retrô para o jogo, pois as texturas do jogo parecem ter sido retiradas de jogos para computadores da década de 2000. Não me entenda mal, achei uma ideia boa mas que precisa de mais tempo para polimento e dar uma apresentação mais consistente.

Combat Needs Polishing

Polimento, termo que onde a falta dele é a principal falha do jogo. Se a parte visual de um jogo agrada ou não é bem subjetivo, as pessoas gostam de coisas diferentes. É isso. Mas Skelethrone poderia aproveitar de um tempo adicional para dar uma melhor experiência, principalmente falando no combate.

Na questão da jogabilidade não há muitos problemas na movimentação do personagem, mas o grande inimigo do jogo é nas animações, balanceamento e hitboxes. O jogo tem disponível uma quantidade boa de armas para utilizar, são designs interessantes e cada arma pode ter até duas habilidades de uso. As habilidades são bem poderosas, mas possuem um tempo de recarga bem alto, então é necessário ter cuidado ao depender delas para causar um dano alto em inimigos.

Não só esse cuidado, o jogador também tem que se preocupar se os golpes que irá desferir vão atingir o alvo, pois o jogo tem um grande problema com hitbox. Aqui você não tem dano por contato, talvez seja uma solução para o problema que citei, mas isso pode também levar a vários momentos frustrantes onde o seu golpe simplesmente não atinge o inimigo.

E é mais evidente ainda em inimigos de tamanho menor, mas a regra meio que vale também para os inimigos, então depois de muito sangue e suor e o jogador se acostumar como os danos são registrados, isso pode virar uma arma para explorar fraquezas de chefes. Golpes aéreos também são bem erráticos e parece que o dano é apenas registrado com os quadros de animação, que parecem bem poucos em algumas armas ao fazer esse movimento. Chefes que são batalhas muito interessantes na grande maioria, aqui o jogo brilha bastante pela quantidade e variedade de chefes disponíveis, mas que na minha experiência demoraram para chegar nesse ponto de serem divertidas.

Skelethrone Prioriza a Árvore do Conhecimento em Vez do Crescimento Defensivo

Como comentei anteriormente, o jogo sofre com problemas de balanceamento, os inimigos sempre vão causar muito dano e apesar do jogo utilizar a regra de leveling e distribuição de status, distribuir aqui os pontos a cada novo nível de personagem não influencia muito na sua defesa e sim na Árvore de Conhecimento.

A Árvore de Conhecimento é nada menos que um “tabuleiro de esferas” que é muito conhecido em muitos RPGs, você distribui os pontos adquiridos ao encontrar cristais verdes e ganha status para melhorar seu personagem. Se encontrar cinco desses cristais, você ganha mais uma unidade do item de cura de seu personagem.

O problema nessa escolha é que o jogador vai ter um problema com o estresse constante de ter que desviar de todos os golpes de inimigos e chefes por causa do dano que eles causam, especialmente no início da jornada. Mesmo equipando as peças de armadura que mais dão defesa, as lutas são longas e o estresse em não tomar dano é sempre constante.

Aqui pode se tornar um ponto de frustração para o jogador e até espectadores, pois algumas lutas podem ser pontos de repetição constante pelas vezes que o jogador irá morrer. Há um ponto em que se o jogador explorar bastante, as coisas ficam mais agradáveis, mas na parte final do jogo há um pico de dificuldade que pode causar um cansaço novamente.


Tenha Paciência ao Explorar

Por ter um toque também de “metroidvania” em seu DNA, Skelethrone também exige que o jogador explore bastante o mapa, mas apesar de ter cenários variados e que vão melhorando durante a progressão do jogo (principalmente o salão de festas em uma certa área do jogo), a travessia do mapa é um pouco cansativa, pois não há muitos artifícios para ajudar o jogador a ir em um ponto para outro do mapa. Há um recurso que é desbloqueado mais para o fim do jogo, mas ainda sim só diminui levemente o problema.

Falando em conteúdo, uma das coisas legais do jogo é que em algumas batalhas contra chefes aparecem opções de decisão, e dependendo da decisão isso pode fazer surgir batalhas ainda mais desafiadoras ou desbloquear um caminho para um final alternativo. Isso faz com que o fator replay do jogo cresça bastante e para aqueles que foram cativados por ele tenham incentivo de explorar mais e experimentar coisas diferentes.

Skelethrone também conta com um prólogo chamado Skelethrone: The Prey que conta os eventos ocorridos antes de Skelethrone: The Chronicles of Ericona para os interessados pela história do jogo.

Por fim, o jogo no geral rodou bem apesar de ter problemas de performance principalmente na versão para Steam Deck (que também tem alguns problemas visuais na cidade). Há também uma necessidade de revisão da tradução para outros idiomas, pois a tradução para o Português do Brasil possui muitas inconsistências e erros.



STREAMER SCORE


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Overall
3.5
  • Performance
  • Streamabilidade
  • Engajamento
  • Fator Replay
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User Review
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Summary

Apesar dos problemas, se o jogador conseguir superar as dificuldades do início do jogo, Skelethrone: The Chronicles of Ericona” pode ser uma boa experiência de um Souls-like. Gostaria que antes de lançar alguma DLC, que fosse feito um trabalho extenso de polimento para que o jogo durante os anos vire uma experiência sólida e mais certa de recomendar.

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