Sea of Stars: A retomada dos RPGs de turno nos dias de hoje e beleza digna de um clássico

Sea of Stars, RPG de turno muito inspirado em Chrono Trigger, foi lançado em 29 de Agosto de 2023, foi lançado após um ostensivo financiamento coletivo, engajamento dos fãs e uma grande falta de jogos do gênero por parte do grande público.

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De certa forma, nos últimos tempos, RPGs com visuais em pixel-art começaram a voltar principalmente em iniciativas de empresas diversas. Títulos esses como por exemplo Omori, Octopath Traveler, CrossCode, Triangle Strategy (muito mais puxado para um RPG de estratégia), entre outros.

Porém, algo parecido com os primeiros Final Fantasy ou até mesmo Chrono Trigger ainda estava longe de aparecer. Não só em questão de jogabilidade, mas principalmente em aparência.

Mas, principalmente, um RPG de turno que fosse uma boa porta para jogadores que não tenham muito contato com jogos do gênero e, ao mesmo tempo, velhos conhecidos que queiram uma experiência similar com jogos conhecidos do passado.

História simples com boa jogabilidade

Sea of Stars, enfim, é lançado e une esses dois públicos. Um jogo com uma história simples, mas bem contada, e que une muito bem a sua jogabilidade, apresentando novas mecânicas e permitindo exploração e reexploração de áreas antes conhecidas, uma bela linhagem de quests principais mas também side-quests que agregam muito para a construção de personagem daquele mundo e referências ao jogo anterior da Sabotage Studio, The Messenger, que também trabalhou no desenvolvedor deste RPG: temos remixes de músicas do jogo de plataforma, que foi o primeiro jogo feito pela empresa, e alguns outros detalhes que podem ser spoiler pra quem ainda não jogou o jogo.

Apesar de eu achar os protagonistas da história, Valere e Zale, a perfeita descrição de “heróis predestinados”, um velho clichê em diversas mídias, o design de ambos e os ataques deles em batalha são belíssimos e o papel deles como Guerreiros do Solstício brilha forte durante o jogo, além da dualidade entre Sol e Lua apresentado muito bem no visual e na construção deste universo.

Mas não são os personagens principais os que brilham neste jogo. Os personagens secundários são extremamente cativantes, interessantes e carismáticos, cada qual com suas características, particularidades e que fazem a história se mover cada vez mais e melhor.

Valere e Zale se movimentam e ajudam a história a prosseguir com a ajuda de personagens ainda mais simpáticos. Eu diria que nesse ponto, o jogo é bem similar ao título que o inspira, Chrono Trigger, mas Chrono é um protagonista muito mais carismático e tem algumas particularidades de história que, bem, o tornam um dos melhores protagonistas de RPG já existentes.

Sea of Stars entrega bastante contúdo para live stream

No geral, Sea of Stars é bom para ser jogado em livestream por conta do enorme conteúdo trazido dentro do jogo, a história cativante, os bons elementos de RPG e por ter um bom sistema de combate, além de cada área não ser extremamente repetitiva.

Porém, o jogo pode ser repetitivo para o público pela grande quantidade de horas e alguns outros que gostariam de ter a própria experiência jogando o jogo, fazendo com que alguns fujam de spoilers do jogo. Trazendo o jogo em doses homeopáticas e dias ou horários específicos pode favorecer tanto as suas transmissões quanto uma audiência fiel que pode gostar de acompanhar o jogo.

Mesmo inspirado em Chrono Trigger, Sea of Stars não possui um enorme número de finais. Apesar disso, são dois finais diferentes que podem ser alcançados. Para zerar Sea of Stars, direto e reto, sem explorar tanto, são necessárias de 25 a 30 horas de jogo e, para fazer side-quests e outras jornadas opcionais do jogo, cerca de 40 horas, de acordo com o site How Long to Beat.

Eu discordo um pouco, principalmente imergindo em um jogo tão vasto como Sea of Stars. Talvez 30 horas de jogo seja, de fato, um tempo razoável para o zeramento do jogo sem a exploração de cada canto opcional, mas os opcionais do jogo podem levar entre 50 a 60 horas tranquilamente. Não é um RPG tão longo quanto outros RPGs tradicionais, mas está na média, por exemplo, do clássico que o inspira.

Em questão de performance, o jogo não peca em nada e roda facilmente mesmo em computadores sem tantos requisitos técnicos.

Ludovicoluka

Tenho 25 anos, produzo conteúdos na internet há 4 anos e gosto de jogos retrô, indies e sou fissurado por conhecer lançamentos. Tenho como meus jogos favoritos Donkey Kong Country 2, Super Mario World, Hollow Knight e Red Dead Redemption II, por exemplo. Gosto de experimentar de tudo e quanto mais, melhor, mas sem nunca largar os jogos que tanto amo!