Mahokenshi: Uma aventura curta de montagem de baralho com estratégia por turnos

O gênero de jogos de montagem de baralho tem sido bem popular entre os lançamentos recentes e com isso temos novas variações da sua jogabilidade. E aqui entra “Mahokenshi”, que combina a montagem de baralho com o famoso estilo de estratégia em turnos.

Em nossa aventura somos apresentados às ilhas celestiais, que precisam ser protegidas pelos 4 guerreiros mahokenshi, cada um seguindo um tema e uma criatura mística que os representa. Eu fiquei fascinado pelo estilo de arte do jogo. Os designs de personagens são muito bonitos e chamativos, cada um deles bem único e dá vontade de jogar com todos.

Contudo, não posso dizer o mesmo quando chega nos seus modelos 3D. Eu achei tanto os personagens, cenários e efeitos muito sem vida, cores muito escuras e pouco chamativas, o que era o oposto do que vimos nas artes. Claro que isso vai do gosto de cada um, mas com um universo tão bonito nesse jogo, acredito que um estilo de arte 3D mais vibrante ajudaria muito a chamar mais a atenção.

“Mahokenshi” combina dois gêneros já bastante usados

A jogabilidade de “Mahokenshi” é uma combinação de jogos de estratégia por turnos, similar ao “Final fantasy Tactics” e “Disgaea”, com montagem de baralhos, um gênero que se popularizou especialmente com “Slay The Spire”, onde você recebe uma quantidade fixa de cartas, geralmente de 5 a 10, com golpes básicos como corte, defender ou curar.

Ao avançar no jogo você recebe opções de ir adicionando novas e muito mais poderosas cartas ao seu arsenal, permitindo que faça incríveis combinações. E em “Mahokenshi” isso se aplica muito bem, possuindo uma boa quantidade de sinergia entre suas cartas.

Já na parte de estratégia, não há muita novidade: é bem mais do mesmo. Você tem uma quantidade de energia que pode utilizar para se locomover pelo mapa, encontrando inimigos, itens, cartas e eventos.

Sistema de Progressão incentiva a avançar, mas sem um bom fator replay

O jogo se resume a escolher a missão e depois um dos quatro personagens disponíveis (lembrando que você começa só com um e vai liberando outros durante a aventura). Escolher seus equipamentos e partir para a aventura.

Também é possível abrir melhorias para todos os personagens após cada missão, deixando-os mais fortes a cada missão concluída.

Apesar do gênero de montagem de baralho ser muito ligado à jogos roguelike, não é bem o caso aqui: os mapas são fixos, ou seja, os inimigos sempre estarão na mesma posição, eventos, lojas, etc. Única coisa que será aleatória serão as cartas que você poderá pegar e os itens. Bem como se fosse um jogo de tabuleiro real.

Isso não é uma coisa ruim, mas também limita um pouco o jogo. É bom que o jogo seja finito. contudo, poderia existir um modo de mapas aleatórios ou modo de criação de mapas da comunidade para que os jogadores pudessem se desafiar e aproveitar um pouco mais do jogo após finalizá-lo, afinal, “Mahokenshi” não é um jogo muito longo.

Performance boa, mas não muito empolgante para lives

Joguei a versão da Steam do jogo e ele rodou suave aqui, não houve travas e não cheguei a ver bugs. O jogo possui 14 idiomas disponíveis, contudo, a tradução para o português estava complicada. Existiam traduções que me dificultavam o entendimento das cartas e seus efeitos e até mesmo, em alguns casos, como se houvesse apenas sido jogadas em tradutor, sem uma revisão.

Para se jogar em live, eu acho ele um jogo bem parado e não muito intuitivo para o público. Suas cores sem vida e não chamativas também não agradam em um jogo mais parado de estratégia. A música também não tem nada de tão único, contudo, um streamer que já traga em seu canal jogos desse gênero pode sim conseguir um engajamento com sua audiência, pois as possibilidades de combinações são altas e, da metade do jogo em diante, há um certo aumento de dificuldade que traz desafios a serem superados, trazendo consigo uma empolgação para seu público na expectativa de superar tal desafio.

Fezudu