Bloodhound: Potencial desperdiçado em um boomer-shooter apelativo
Ao se utilizar de grandes clássicos como base para a construção de um jogo, há de se levar em conta que tais títulos possuem um peso e que, obviamente, comparações são inevitáveis. Como já escrevi em textos anteriores, boomer shooter é um sub-gênero em tendência e que destaca a imortalidade de um clássico como Doom. Esse, por si só, é um atrativo para uma transmissão, mas existem casos em que nem mesmo se baseando em um clássico ou um gênero em ascensão um jogo consegue se sustentar.
Infelizmente, isso acontece com Bloodhound, lançamento indie recente e que se baseia justamente nessa premissa.
Jogabilidade básica sem nada realmente novo
Apesar da gameplay não ter grandes defeitos, o jogo não impressiona, além de apresentar grande parte de suas ideias de jogo logo no início da jornada, não trazendo nada de novo ou uma identidade própria. Cenários sem identidade própria, gráficos que tentam ser realistas, mas que já são datados desde sua concepção, além de nudez gratuita inclusa nos personagens do jogo, sem sequer ter um sentido ou uma motivação por si só, servindo apenas para chocar.
Para uma stream, esse tipo de temática pode incomodar a audiência, mesmo para streamers que façam transmissões para públicos adultos, além do desconforto com as plataformas de stream, apesar de não proibir terminantemente um jogo que tenha nudez durante a jogatina, isso não necessariamente torna permitido jogos que exploram esse tipo de jogo que apela desse tipo de temática de forma gratuita.
Apesar da opção de censura, o incomodo de ir jogar um jogo e se deparar com conteúdos apelativos, discrepantes com a ideia-base ou com o que necessariamente o jogo se vende ou mostra, causa um certo desconforto também para os jogadores.
Bloodhound exige muito do computador e do jogador
Bloodhound não tem uma boa otimização, já que exige requisitos muito altos do computador para uma experiência gráfica que não chama atenção, comparando com outros títulos recentes, e também dificultando o acesso do jogo para a criação de conteúdo via streams.
O fator rejogabilidade dele não parece ser muito alto, principalmente no que se diz respeito a conquistas, já que apesar de possuir 100 conquistas, o jogo te libera diversas conquistas de forma muito fácil (é possível de conseguir 40 conquistas jogando, por exemplo, por cerca de 1 hora ou até menos). No conteúdo geral, também, o jogo não parece ter muito o que aproveitar pelo que lhe é mostrado, sendo enjoativo e não fazendo jus ao gênero que carrega.
Bloodhound
Conclusão
Acertando apenas na jogabilidade-base, Bloodhound é esquecível e infelizmente desperdiça um imenso potencial num gênero que vem sendo explorado massivamente nos últimos tempos. A apelação pelo choque, com nudez excessiva e que não é divulgada dentro do conteúdo padrão do jogo, faz com que o desinteresse e irritação com o jogo se torne maior. Fora isso, ele não tem uma identidade própria ou um grande fator rejogabilidade, sendo apenas uma reprodução falha dos jogos em que se inspira, os boomer shooters dos anos 90.
Tenho 25 anos, produzo conteúdos na internet há 4 anos e gosto de jogos retrô, indies e sou fissurado por conhecer lançamentos. Tenho como meus jogos favoritos Donkey Kong Country 2, Super Mario World, Hollow Knight e Red Dead Redemption II, por exemplo. Gosto de experimentar de tudo e quanto mais, melhor, mas sem nunca largar os jogos que tanto amo!