Joe Wander

Joe Wander and the Enigmatic Adventures: jogo de qualidade, mas com desequilíbrio de suas mecânicas

O gênero plataforma é um clássico em que muitos dos jogadores de videogame conhecem e muitos possuem seus favoritos. Era um dos tipos de jogos mais comuns que todas as plataformas do passado possuíam  e que boa parte tentava trazer sempre novidades para dar um frescor para os jogadores.

”Joe Wander and the Enigmatic Adventures” chega nos tempos atuais prometendo puzzles desafiadores e um formato de plataforma 3D. É uma mistura bastante interessante, mas e como o jogo se sai oferecendo essas mecânicas para o jogador?

Bem vindo à selva (e a outros mundos)

Logo de início, “Joe Wander” faz uma boa apresentação com uma cena de introdução mostrando o protagonista chegando a um local e, ao tentar obter uma rubi, acaba sendo puxado para um portal e parando no primeiro mundo da aventura.

É simples mas já mostra com muito eficiência a parte visual e o personagem que o jogador irá controlar. Apesar de ser mais um protagonista sem voz, dá para ver que os desenvolvedores tiveram bastante cuidado com a parte visual para dar bastante carisma para o jogo.

Todos os cenários são visualmente bem ricos com bastante detalhe para gramas, areias, água e até neve. É um jogo muito bonito de se ver considerando seu escopo e os reflexos da água chamam bastante a atenção. É de encher os olhos, tanto do jogador como de sua audiência. 

Joe Wander
Foto: Steam

Ao todo, no jogo você precisa percorrer quatro mundos e todos eles possuem inimigos e temáticas para deixar o conteúdo mais variado. Cada um deles possui um número fixo de fases: São cinco fases ao todo, com uma fase especial para coletar um cosmético e o chefe final do mundo.

E falando em cosméticos, “Joe Wander” possui uma boa variação de visuais para o personagem e caso o jogador se interesse, poderá completar os desafios no jogo e coletar mais além dos que é disponibilizado cada vez que completa um mundo. Os diferentes visuais também podem entregar uma ótima interação com o público, já que são divertidos e conseguidos depois de muito suo e boas risadas.

As músicas do jogo são boas e no geral se encaixam bem aos momentos em que o jogador irá se encontrar.

Desequilíbrio à frente

E então precisamos falar da jogabilidade. Os controles são bem responsivos e o personagem responde bem a qualquer mudança de comando. No geral, isso não deve apresentar problemas para o jogador.

Mas o jogo utiliza uma física que pende mais para algo mais realista e nos dois primeiros mundos é algo muito bom de se ver. A movimentação dos objetos a declives, a água, vento e até a colisão com objetos é muito divertida e empolgante.

Em seu objetivo principal, “Joe Wander” oferece puzzles que começam bem simples e vão aumentando a complexidade conforme o jogador avança pelos mundos, e assim, o jogo tenta equilibrar essas duas partes de momentos de puzzle e momentos de plataforma até o fim da jornada. É bem divertido, pois como a jogabilidade é divertida e o mundo tem bastante carisma, é bem empolgante explorar o que o jogo tem a oferecer.

Entretanto esse equilíbrio é derrubado após o fim do segundo mundo e, ao chegar no terceiro, é percebido um pico de dificuldade até o final que pode se tornar exaustivo.

Como comentei anteriormente, cada mundo possui sua temática e também seus inimigos. No terceiro mundo é apresentado um inimigo extremamente ágil, com ataques de longo alcance e que o torna difícil de eliminá-lo fazendo com que seja necessário optar por métodos não-convencionais para passar desse obstáculo, como por exemplo, utilizar uma caixa como escudo fazendo com que o jogador perca mais tempo para solucionar alguma parte de uma fase do jogo e atingir um checkpoint.

Não só apenas os inimigos, as partes de plataforma e os puzzles também começam a sofrer desse aumento exponencial de dificuldade, como por exemplo, a mecânica de pendurar e se balançar em certos pontos das fases utilizando a corda que o personagem carrega consigo, que a hitbox de ativação para essa mecânica precisa e requer que o personagem esteja muito próximo desse ponto.

Também há o problema de como são frágeis as soluções para os puzzles, pois elas não são armazenadas com quaisquer checkpoints. E caso você acabe morrendo durante a solução deles, todo o processo precisa ser feito novamente. No início isso não é um grande problema, mas a partir da metade do jogo as seções de puzzle e plataforma vão ficando mais longas e refazê-las acaba tornando o processo tedioso, principalmente no último mundo que possui física de gelo escorregadio.

Importante também falar que alguns puzzles parecem que não tiveram o devido cuidado e que a execução é atrapalhada, como no caso dos puzzles que utilizam uma esfera de metal que por causa da física pode fazer com que o jogador perca bastante tempo tentando solucionar, principalmente o que simula uma mesa de pinball.

Joe Wander
Foto: Divulgação

O final de Joe Wander é para poucos

Infelizmente em seu ato final, “Joe Wander” também se atrapalha com o desafio contra o último chefe, que é extremamente longo, possui muitos passos a serem completados para que possa derrotá-lo e por não ter nenhum checkpoint durante o processo, qualquer erro pode levar o jogador para o início do desafio.

Uma curiosidade é que o desafio final possuía tipos diferentes de plataforma em versões iniciais do jogo, mas que os desenvolvedores modificaram para tornar a luta contra o chefe final mais desafiante. Creio que aqui o movimento mais correto seria para fazer tais modificações de dificuldade para os modos mais desafiantes já presentes no jogo.

Por fim, o jogo oferece modos extras ao completá-lo, o que pode trazer mais conteúdo para quem gostou e quer vencer mais desafios, podendo também manter sua audiência atenta enquanto o streamer concluí os desafios.

Como já se pode ver, “Joe Wanderer” pode ser bastante divertido para quem quer jogá-lo em livestreaming. Há grande potencial para divertir bastante o público e chamar a atenção por ter todo esse carisma e um bom visual. Também há momentos em que a física gera objetos voadores e até mesmo personagens podem ser jogados alto, gerando momentos para boas risadas.

A versão que joguei é a de Playstation 5 e não apresentou quaisquer problemas de desempenho e execução, exceto por uma breve parte do jogo que houve uma queda da taxa de quadros, mas que não era uma parte difícil.

O jogo em sua última versão possui localização para vários idiomas, incluindo o Português Brasileiro.

Joe Wander and the Enigmatic Adventures

PC, PS5, Xbox Series (2023)

Performance
Streamabilidade
Engajamento
Fator Replay/Conteúdo

Conclusão

Joe Wander and the Enigmatic Adventures é um jogo divertido com bastante potencial, mas que desliza feio na sua segunda parte. Equilibrar dificuldades de puzzles e obstáculos com física realista pode ser um grande desafio, mas faltou um pouco mais de atenção na parte final do jogo. Ficando assim uma recomendação apenas para os fãs mais ávidos dos gêneros de puzzle e plataforma.

4

Oh hi there 👋

Sign up to receive awesome content in your inbox!

We don’t spam! Read our privacy policy for more info.

SHARE:
Subscribe
Notify of
guest

0 Comments
Inline Feedbacks
View all comments