The Moon Hell aposta na dificuldade elevada, mas não faz justiça aos soulslike
A popularização do gênero soulslike refletiu muito na construção de comunidade desde a base de jogadores, desde o primordial “Demon’s Souls”, dos agora clássicos jogos da franquia “Dark Souls” e os outros títulos da FromSoftware como “Bloodborne”, “Sekiro: Shadows Die Twice” e o mais recente fenômeno, “Elden Ring”.
Isso também impactou nas streams e no como as pessoas passaram a consumir conteúdos similares destes tipos de jogos, sempre se interessando por similares com elementos soulslike e, principalmente, se bem construídos ou tão misteriosos em história quanto os universos que a FromSoftware ajudou a construir.
E agora temos “The Moon Hell”.
The Moon Hell é mais difícil que outros jogos do gênero
“The Moon Hell” é um indie que bebe bastante do que diz respeito a construção de mundo, jogabilidade e estrutura de soulslike, e sua essência suscita um desafio ainda mais do que os jogos já existentes do gênero. Poder prender a câmera em um outro inimigo? Nem pensar!
Apesar de tentar se vender como um soulslike mais difícil do que a média dos jogos do gênero, toda a dificuldade do gênero se dá por um combate extremamente mau polido e a falta de itens de cura ao redor do mapa.
O melhor e o não tão melhor
O grande destaque do jogo se dá pra sua ambientação e exploração, que é mais interessante do que qualquer combate com qualquer inimigo, que é injusto justamente pela forçação de barra do jogo em ser mais difícil do que a média. Mesmo os inimigos mais comuns te dão golpes que podem tirar metade ou mais da metade da sua vida, o que torna a experiência do jogo injusta desde o seu começo.
A curva de dificuldade do jogo não é progressivamente justa e bem-adaptada, e mesmo sendo a ideia do jogo ser assim, acho um grave defeito você construir o jogo em cima de uma dificuldade artificial e vazia, enquanto outros soulslikes conseguem ser naturalmente dificeis sem precisarem apelar pra dificuldade apelativa ou vazia em sua gameplay.
Apesar dos pesares, esse jogo poderia ser atrativo em stream pela curiosidade do público pelo gênero e para conhecer um novo jogo de um gênero conhecido, mas pode enjoar e justamente desgastar tanto o streamer quanto o público pelos motivos antes citados.
Em questão de performance, o jogo exige especificações muito altas para o que ele apresenta e, apesar de ter rodado bem no meu computador por conta das configurações que possuo, pode não ter o mesmo desempenho em todos os computadores. Ao menos, ele parece ter uma mínima gama de opções e configurações gráficas e de resolução para mitigar os possíveis problemas que o jogo possa apresentar em questão de performance.
O jogo dificulta também ao não deixar o jogador utilizar um gamepad para gameplay, sendo obrigatório mouse e teclado para a jogatina.
The Moon Hell
Conclusão
The Moon Hell é um jogo que chama atenção pela ambientação, cenários e gráficos excepcionais e visualmente exuberantes, além de tentar ir na onda do gênero soulslike. O jogo peca ao tentar ser uma experiência mais difícil em um gênero já conhecido pela dificuldade, pois o faz de uma maneira artificial e disfarça uma sofrível e simples mecânica de batalha a uma maneira de chamar dificuldade artificial de desafio mais alto para “os fãs de soulslike”. Eu não tenho problema com desafio em si, mas inserir elementos artificiais de dificuldade e tentar vender ao público como algo positivo, principalmente por meio das falhas e limitação do próprio jogo, é algo que me incomoda um pouco neste título.
Tenho 25 anos, produzo conteúdos na internet há 4 anos e gosto de jogos retrô, indies e sou fissurado por conhecer lançamentos. Tenho como meus jogos favoritos Donkey Kong Country 2, Super Mario World, Hollow Knight e Red Dead Redemption II, por exemplo. Gosto de experimentar de tudo e quanto mais, melhor, mas sem nunca largar os jogos que tanto amo!