Robin Hood – Sherwood Builders: Uma experiência esquecível graças ao seu sistema de combate
Robin Hood é uma figura muito conhecida pelos britânicos, que serve de inspiração para muitas pessoas e que faz originar muitas variações de sua história. Tanto que, para muitos, se a pessoa em questão existiu ou não, não faz diferença, pois o conto por si só já passa uma mensagem muito importante.
Claro que isso também faz surgir muitos jogos com as mais variadas ideias e Robin Hood – Sherwood Builders é um survival que, apesar de ter coisas positivas, não agrada no que é mais importante.
Evolua Sherwood e ganhe respeito!
Robin Hood – Sherwood Builders começa com Robin Hood tentando reerguer sua base com seus companheiros depois de uma batalha feroz contra as forças do rei Ricardo Coração de Leão. Seguindo os objetivos, é muito difícil de se perder no que se deve fazer neste jogo. São tarefas inicialmente simples mas que já explicam como o jogo teve uma atenção maior na expansão de sua comunidade.
É aqui onde o jogo brilha mais, pois as construções seguem a estética dos povos da época e construções que utilizam as árvores maiores em favor de se esconder dos soldados da monarquia e prover recursos para a sobrevivência de seus companheiros. É muito útil também que está marcado no mapa os materiais disponíveis para serem coletados.
Como é um jogo de sobrevivência, temos contadores de hidratação, alimentação e de energia. Um ponto que considero muito positivo aqui é que, fora dos combates, sua barra de energia não se esgota ao correr e pular, apenas para coletar recursos da floresta e que, por ter um mapa bem extenso, isso é uma decisão muito positiva para não deixar o ritmo do jogo lento quando é necessário atravessar os campos.
Também dá para fazer viagens rápidas pelo mapa através de pontos específicos que precisam ser visitados, mas as viagens custam um pouco da sua barra de hidratação e alimentação.
Se formos falar dos visuais, os gráficos do jogo são bons e dá para perceber que houve um esmero com a criação do design de ambientes, personagens e inimigos. Não é nada impressionante, mas os streamers e os espectadores com certeza não irão reclamar desse ponto.
O mesmo vale também para a trilha sonora que acompanha o jogo muito bem, apesar de tropeçar nos combates ficando em uma repetição infinita mesmo se todos os inimigos tiverem sido eliminados.
E por falar de inimigos, há muitos para serem enfrentados e há uma variedade neles onde alguns utilizam proteção na cabeça e que exigem um esforço adicional com o arco. Mas aí entramos na parte não tão boa do jogo: o combate.
Sistema de combate e animações simples estragam a base do jogo
Agora que temos muitos inimigos para serem eliminados durante todo o jogo, há uma falha grande que evita que a experiência geral seja melhor. A movimentação de Robin não é um problema, mas ao entrar em combate é quando vemos que você faz um esforço muito maior do que o necessário para eliminar a menor das ameaças.
O combate corpo-a-corpo do jogo é extremamente travado, apesar de utilizar a jogabilidade em modo dinâmico. O personagem desfere golpes limitados com um movimento de “X” que não mudam e mesmo fazendo o treinamento para melhorar algumas habilidades, o que você consegue é apenas um terceiro golpe que não melhora o dano, alcance ou sensação de que você está causando algum ferimento em seus inimigos.
Há também disponível um arco no jogo, mas não é muito melhor. Mesmo que a figura seja conhecida por sua grande habilidade com arco e flecha, o que o jogador tem aqui é uma mão trêmula e uma mira imprecisa para acertar os alvos.
O jogo tem disponível uma árvore de habilidades para aprimorar todos os tipos de habilidades de Robin Hood, mas que só aumentam no geral o dano, a resistência e um aprimoramento relacionado à parte de sobrevivência do jogo.
Se Robin Hood – Sherwood Builders fosse um título em acesso antecipado ou tivesse um foco maior em suas construções e o combate fosse algo mais opcional, talvez não pesasse tanto, mas o que ocorre é que você acaba enfrentando inimigos nos mais variados eventos e que pode cansar o streamer e afugentar os espectadores numa livestream.
A Inteligência Artificial do jogo também tem seus deslizes, onde mesmo utilizando a furtividade pelos ambientes, animais ficam correndo feito loucos sem motivo algum, mostrando que as animações do jogo entram no rol de problemas. No próprio tutorial, onde o jogador precisa ser furtivo e atingir um inimigo pelas costas, o jogo tem problema para registrar as ações e ativar a animação de golpe.
E há uma estranha decisão de utilizar uma animação nos tiros de flecha onde a câmera segue até atingir o alvo, algo que é mais conhecido no Skyrim, mas aqui com muito menos polimento no jogo de câmeras.
A experiência de ser Robin Hood em todo lugar
Mas se mesmo assim o streamer e o jogador conseguir vencer os problemas, o jogo não apresentou dificuldades para ser executado. Joguei a experiência em Windows e maior parte em Linux e o jogo deve rodar tranquilamente para os usuários que possuem o Steam Deck.
Há alguns problemas que podem ser solucionados com um pouco de pesquisa, mas que no geral a experiência executa sem problemas. Então transmitir a experiência em qualquer lugar não deve ser problema, desde que tenha em mente as limitações de cada plataforma.
Vale lembrar que o jogo tem um suporte parcial para controles, mas que também não deve apresentar desafios. Há também suporte para layouts de controles de Xbox e Playstation para melhorar a acessibilidade dos comandos.
O jogo possui apenas dublagem em inglês e suporte a oito idiomas nos textos, com planos de adicionar suporte ao Português do Brasil nas próximas atualizações.
Robin Hood – Sherwood Builders
Conclusão
Ter um combate tão descuidado pesa muito na experiência geral do jogo, mas para quem prefere apenas explorar, construir e expandir as construções, Robin Hood – Sherwood Builders pode ter um pouco de entretenimento para os mais ávidos jogadores do gênero de sobrevivência.