A primeira vez que vi sobre Marvel’s Midnight Suns, ele me chamou muito a atenção, pois eu sou fã de jogos de super-heróis e especialmente da franquia XCom, título da mesma desenvolvedora de Midnight Suns.

Contudo, ao ser lançado, o jogo enfrentou alguns problemas de desempenho e mostrou algumas escolhas bem ruins para os consumidores e fãs, dividindo opiniões. Vamos conferir como está o jogo atualmente em 2024, pouco mais de 1 ano após o seu lançamento oficial, e como esse jogo pode agregar ao streamer e suas transmissões.

O lado mistico da Marvel é forte aqui

Algo que esse jogo poderia ter divulgado talvez melhor, e só fui descobrir após jogar, é o quanto ele explora os personagens místicos da Marvel, sendo seu maior foco em Dr. Strange, Wanda, Agatha Harkness, Nico Minoru e outros, pouco conhecidos quanto não tão populares para além de fãs de quadrinhos.

E o melhor, para os tais fãs, é que as versões dos personagens aqui presentes são as mais fiéis possíveis de suas versões das HQs e não de suas versões animadas ou do MCU, como ultimamente tem sido costume. Isso foi algo que me chamou bastante atenção positivamente, com referências e comentários de aventuras contadas exclusivamente em quadrinhos.

Na história do jogo, somos apresentados logo de cara com a Hydra liberando a nossa nova antagonista do seu selo, Lilith, e com ela, tomando conta do santuário do Dr. Strange e fortalecendo a Hydra com seus demônios, corrompendo vilões e heróis da Marvel para o seu lado, criando chefes muito fortes e bem difíceis de se enfrentar.

Em nossa aventura temos Hunter, nosso personagem criado do qual podemos customizar a sua aparência e gênero logo de cara. Não cheguei a conferir a variação masculina, pois criei a personagem feminina, além de uma preferência minha, me pareceu mais certo até pelo material promocional ser todo nela. Aqui também você pode ser nascida e criada em um Coven só de bruxas.

Vale salientar que o gênero escolhido não vai influenciar nada no jogo, apesar de que vi relatos de que o modelo masculino usa muito das animações da personagem feminina, o que causou algumas reclamações entre jogadores.

Então, para facilitar o entendimento, irei me referir em minha análise no feminino quando falar sobre Hunter. Sendo ela filha de Lilith e estando morta após a sua última batalha contra sua mãe, 300 anos antes dos acontecimentos atuais, Hunter é ressuscitada pelos nossos heróis, sem boa parte das suas memórias e em um mundo moderno, completamente diferente do que ela conhecia.

Três estilos de jogabilidade não agradam a todos, mas tornam o jogo bem único

Então, aqui nós temos uma grande mistura de jogabilidades que pode atrair ou afastar jogadores. Começando com as interações, estilo jogos como Persona, onde você cria vínculos com os heróis, conversa com eles, dá presentes, fazem atividades, treinam, têm missões secundárias… Tudo isso permite que eles se conectem mais com nossa personagem e liberem habilidades e roupas, além de suas próprias histórias e problemas pessoais, como, por exemplo, o Capitão América, que entende bem como é a sensação de acordar em um mundo moderno após anos dado como morto.

Eu realmente senti bastante satisfação em conversar com meus heróis favoritos e conhecer mais sobre eles e ver as suas interações com a Hunter, fazendo com que eu me esforçasse para dar as melhores respostas e presentes. Também temos opções de respostas com ícones de Luz e Sombras, que fazem com que a Hunter pense para algum lado específico desse espectro, liberando golpes sagrados ou sombrios.

Em sua segunda parte de jogabilidade, temos uma exploração de um mapa bem grande, que eu não esperava que fosse tão cheio de segredos, onde você vai explorar as ruínas da Abadia, descobrir seus segredos, coletar itens, diários, materiais, cartas de tarô, baús com skins, cores e materiais de customização, entre outras coisas.

Seguindo uma história secundária de como foi a caça às bruxas de Salem e mais sobre o passado de Lilith, de sua irmã Sara e de Agatha Harkness, para mim foi uma ótima pausa dos combates ao sair e explorar as áreas, pegar habilidades e descobrir mais da história. Essa parte em especial pode ser muito interessante para se trazer em uma livestream, devido ao mapa ser muito detalhado e bonito, com desafios e quebra-cabeças para se explorar.

Em sua última parte de jogabilidade, a que chamou mais atenção de fãs de heróis e que estava presente na maioria do seu material promocional, sendo também o mais divisível, está o combate.

Em Marvel’s Midnight Suns temos um combate tático, mas o diferencial é que cada personagem tem um baralho de 8 cartas, que representam suas habilidades. Essas cartas são embaralhadas e a cada turno o jogador compra novas cartas e pode usá-las para desferir golpes, sendo eles muito bem trabalhados, com animações e ângulos de câmeras incríveis, dando peso e charme a cada personagem de maneira única.

O combate foi a parte que mais me chamou a atenção do jogo, durante minha livestream na Twitch. Por mais que seja tático, as animações deixam o combate visualmente mais agradável e empolgante, incluindo toda a interação do cenário, podendo usar objetos para causar danos aos inimigos.

Contudo, a ideia de um jogo tático e ainda mais com cartas dividiu bastante a comunidade que esperava algo mais puxado para um XCom ou Final Fantasy Tactics. Entretanto, o jogo me surpreendeu bastante em sua jogabilidade, mas claro que houve momentos em que o RNG das cartas atrapalhava um pouco, mas era algo bastante manipulável, especialmente com as melhorias que você pode comprar ao avançar no jogo.

E Marvel’s Midnight Suns para o streamer, vale a pena o investimento?

Marvel’s Midnight Suns é um jogo fantástico se você gosta dos gêneros apresentados, contudo ele é um jogo que não agrada a todos, especialmente após um lançamento conturbado, cheio de microtransações, das quais não foram explicadas de forma adequada, e que permite que você compre dentro do jogo as skins disponíveis no Passe de Temporada, caso prefira comprá-las individualmente.

DLCs que, por melhores que sejam, funcionam melhor se adicionadas à campanha principal e não para se jogar após finalizar o jogo, foi muito do que aconteceu, afinal as DLCs funcionam muito bem se integradas ao jogo base desde o começo, tendo interações dos personagens das DLCs com todos os outros disponíveis, sendo no total 17 personagens jogáveis.

O streamer também precisa estar atento ao fato que o jogo é bastante pesado. Ele utiliza o launcher da Firaxis, necessitando assim de uma máquina potente para cobrir em livestream, se for jogar a versão de PC, que foi meu caso. Eu tive alguns bugs e travamentos, mas nada muito sério, afinal, o jogo te permite salvar a qualquer momento, até durante as lutas.

Seu preço base não veio convertido em preço regional, então para os brasileiros, eu recomendo esperar uma promoção para comprarem o jogo. Por mais que eu tenha gostado da experiência, o custo beneficio para o streamer brasileiro não compensa em seu preço cheio.

Pelo lado positivo, o jogo vem com 14 idiomas disponíveis, incluindo nosso português brasileiro, em sua legenda. Em sua dublagem, existem mais idiomas além do inglês, mas não o português brasileiro. E devo dizer que a tradução está muito bem feita e bem trabalhada.

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Fezudu